Empreendedorismo Feminino e Inteligência Emocional
- sementesnoquintalo
- 19 de jun.
- 3 min de leitura
por: Jaqueline Oliveira
Contribuições para uma Liderança Eficaz e Transformadora.

Nas últimas décadas, o empreendedorismo feminino tem ganhado visibilidade no cenário global como um movimento que transcende a simples criação de negócios. Trata-se de um fenômeno com impactos sociais, econômicos e culturais profundos, contribuindo para a geração de renda, a redução das desigualdades de gênero e a promoção da autonomia das mulheres. No centro desse processo, destaca-se a importância da inteligência emocional como um diferencial estratégico no perfil das mulheres empreendedoras.
Segundo Goleman (1995), a inteligência emocional envolve a capacidade de identificar e gerenciar as próprias emoções, além de compreender e influenciar as emoções alheias. Essa competência é considerada fundamental para o exercício da liderança em ambientes complexos e dinâmicos, nos quais a gestão de pessoas, o trabalho em equipe e a tomada de decisões são desafios constantes.
Liderança Feminina: características e impacto organizacional.
Estudos apontam que mulheres em posições de liderança tendem a adotar estilos de gestão mais participativos, colaborativos e sensíveis às necessidades humanas das equipes (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2017). Tais características, frequentemente associadas a altos níveis de inteligência emocional, promovem ambientes de trabalho mais inclusivos, motivadores e eficazes.
Ao contrário de modelos tradicionais de liderança baseados na autoridade e no controle, o perfil feminino costuma valorizar a escuta ativa, a empatia, a flexibilidade e o diálogo. Essas qualidades tornam-se ainda mais relevantes em contextos empreendedores, nos quais a capacidade de adaptação e de criação de vínculos sociais sólidos é vital para a sustentabilidade dos negócios.
Barreiras enfrentadas pelas mulheres empreendedoras.
Apesar dos avanços, o empreendedorismo feminino ainda encontra obstáculos significativos. Entre os principais desafios estão o acesso limitado a crédito e a redes de apoio, a conciliação entre vida pessoal e profissional, além da persistência de estereótipos de gênero que subestimam a capacidade de liderança feminina (SEBRAE, 2023).
Adicionalmente, muitas mulheres enfrentam barreiras subjetivas como a síndrome da impostora — a crença de que não são suficientemente competentes — e o medo do fracasso, que frequentemente resultam em autossabotagem ou hesitação frente a oportunidades de crescimento.
Inteligência emocional como ferramenta de superação.
Nesse contexto, o desenvolvimento da inteligência emocional apresenta-se como uma ferramenta poderosa para a superação dessas barreiras. Ao promover o autoconhecimento, as mulheres conseguem identificar crenças limitantes, reconhecer seus pontos fortes e aprimorar sua autoconfiança. O autocontrole emocional, por sua vez, favorece uma postura mais equilibrada diante de pressões e conflitos, permitindo respostas mais racionais e produtivas.
A empatia e as habilidades sociais, também componentes da inteligência emocional, tornam-se essenciais para a criação de redes de apoio, parcerias e relacionamentos interpessoais saudáveis, tanto no ambiente interno da empresa quanto com clientes, fornecedores e investidores.
Empreendedorismo feminino como transformação social.
O fortalecimento da inteligência emocional em mulheres empreendedoras não beneficia apenas os negócios em si, mas também promove transformações em larga escala. Mulheres que lideram com sensibilidade, propósito e consciência emocional tendem a atuar como multiplicadoras em suas comunidades, inspirando outras mulheres, gerando empregos e promovendo inclusão social.
Empreendimento liderados por mulheres também demonstram maior comprometimento com causas sociais e ambientais, revelando uma gestão mais ética e comprometida com o bem-estar coletivo (COSTA; SILVA, 2021). Essa abordagem integradora, sustentada por uma liderança emocionalmente inteligente, contribui para a construção de um modelo de desenvolvimento mais humano e equitativo.
Considerações finais.
Diante do exposto, é possível afirmar que o empreendedorismo feminino aliado ao desenvolvimento da inteligência emocional constitui um caminho promissor para a construção de lideranças mais eficazes, resilientes e transformadoras. Investir em competências socioemocionais não apenas fortalece a atuação da mulher no mundo dos negócios, como também amplia seu potencial de impacto positivo na sociedade como um todo.
Por: Jaqueline Oliveira
Referências:
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
BRANDÃO, H.; GUIMARÃES, T. A liderança feminina nas organizações: desafios e perspectivas. Revista Gestão & Sociedade, v. 11, n. 30, 2017.
SEBRAE. Empreendedorismo Feminino no Brasil. Brasília: SEBRAE, 2023.
COSTA, M. A.; SILVA, L. G. Liderança feminina e responsabilidade social: um estudo com empreendedoras brasileiras. Revista de Empreendedorismo e Sustentabilidade, v. 5, n. 2, 2021.







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